É verdade que toda perda é um processo dolorido, sofrido. Um processo que nos faz pensar e repensar, refletir sobre nossas vidas, nosso tempo, a forma como aproveitamos ou não esse milagre que é viver e se relacionar, estabelecer relações. Tudo isso faz sentido se ampliarmos o conceito da morte e compreendermos que morremos todos os dias e, renascemos todo amanhecer. A morte nada mais é que o fim de um ciclo e início de outro.
O Desapego !
E, se morremos, ou melhor, perdemos algo de um lado, de outro ganharemos com certeza. Morrer, romper, terminar, deixar – tudo isso demanda desapego, amor próprio, demanda o aceitar, confiar e agradecer o que recebemos, agradecer a tudo e a todos. Um conforto é saber reconhecer que só perdemos o que não temos. Explico: só perdemos o que não é nosso, o que não nos pertence, que não agrega nada em nossas vidas, não soma e principalmente não nos faz melhor.
Vamos tentar clarear mais um pouco… Tudo o que temos levamos conosco, sensações, emoções, sentimentos, todo o resto é transitório, ilusório. Isto é, se alguém próximo se foi, podemos sempre ficar com o que construímos, com o que vivemos e experimentamos juntos. É de fato só isso o que temos – bons ou maus momentos.
Talvez por isso muitos afirmem que a felicidade está dentro de nós e é uma soma de bons momentos construídos por nós mesmos. Ser feliz é estar vivendo o presente, o agora, a cada minuto de minha vida, me doando a mim e ao próximo (Jesus dizia: “amai o próximo como a ti mesmo” e, se não estou me amando, como amo alguém?). O quanto antes conseguirmos entender que a vida é uma passagem, viver se tornará muito mais prazeroso, fica mais agradável presenciar cada momento.
Então, exercitar o desapego, o soltar as amarras e as travas que nos distanciam do que temos de melhor – nós mesmos – ficará muito mais fácil. Saber o que temos é parte do nosso crescimento, da nossa evolução, do nosso auto-conhecimento, nossa auto-descoberta e, para tanto, precisamos passar a olhar com os olhos da verdade, da beleza, da ética, do amor… No mais, tudo vai dar certo.
A Máscara !
A questão é que, por vezes temos tanto medo de olhar a nossa verdade que utilizamos diferentes maneiras para nos afastar desse nosso interior. Vivemos assim com base no medo de sermos descobertos, na ilusão de que vamos conseguir enganar a todos, inclusive a nós mesmos, nesse sentido, inflamos nosso ego, praticamos a vaidade, nos apegamos a uma imagem ou imagens que não podem ou jamais serão nossas, por isso sofremos.
Sofremos nas nossas relações, na nossa existência, afinal, bem no nosso íntimo sabemos que a máscara que tanto lustramos hoje, um dia será tirada de nós, então vamos de uma única vez ficar a frente com tudo o que fizemos e encobrimos com nossa arrogância, assim como tapamos também a nossa alma e a nossa essência com os véus da ilusão.
Isto tudo nos traz a sensação de que perdemos o outro e a tudo o que conquistamos, mas perder o que se nada é nosso a não ser nossas emoções?
Em função de tudo isso fica aqui um convite: faça uma auditoria pessoal em você, tente compreender o que é de fato seu e o que não é e depois de tudo visto, liberte-se, o outro e o seu ser com certeza agradecerá.
Texto: recebido via e-mail e adaptado por: Flávio Campos
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