sábado, 27 de julho de 2013

O PÃO DE CRISTO





Recebi este texto de um amigo e achei muito interessante compartilhar com vocês, boa leitura!

O que se segue é um relato verídico sobre um homem chamado Vitor.

Depois de meses sem encontrar trabalho, viu-se obrigado a recorrer à mendicância para sobreviver, coisa que o entristecia e o envergonhava muito.

Numa tarde fria de inverno, encontrava-se nas imediações de um clube social, quando viu chegar um casal.

Então Vítor pediu a eles algumas moedas para poder comprar algo para comer.

- Sinto muito amigo, mas não tenho trocado - disse o marido.

Sua esposa, ouvindo a conversa perguntou:

- O que queria o pobre homem?

- Dinheiro para comer. Disse que tinha fome.

- Lorenzo, não podemos entrar e comer uma comida farta que não necessitamos e deixar um homem faminto aqui fora!

- Minha querida, hoje em dia há um mendigo em cada esquina! Aposto que este quer dinheiro para beber!

- Tudo bem, mas eu tenho uns trocados comigo e vou dar-lhe alguma coisa!

Mesmo de costas para eles, Vitor ouviu tudo o que disseram.

Envergonhado, queria afastar-se correndo dali, mas neste momento ouviu a amável voz da mulher que dizia:

- Aqui tens algumas moedas. Consiga algo de comer e ainda que a situação esteja difícil, não perca a esperança. Em algum lugar existe um trabalho para você. Espero que o encontre.

- Obrigado, senhora. Acabo de me sentir melhor e capaz de começar de novo. A senhora me ajudou a recobrar o ânimo! Jamais esquecerei sua gentileza.

- Você estará comendo o Pão de Cristo! Partilhe-o - disse ela,  com um largo sorriso dirigido mais a um homem que a um mendigo.

Vítor sentiu como se uma descarga elétrica lhe percorresse o corpo.

Então encontrou um lugar barato para se alimentar um pouco. Gastou a metade do que havia ganho e resolveu guardar o que sobrara para o outro dia, comeria 'O Pão de Cristo' dois dias.

E sempre que parava para pensar quando vinha a fome, sentia uma vez mais aquela descarga elétrica correndo por seu interior. O PÃO DE CRISTO!

- Um momento! - pensou, não posso guardar o Pão de Cristo somente para mim. Parecia-lhe escutar o eco de um velho hino que tinha aprendido na escola dominical. Neste momento, passou a seu lado um velhinho.

- Quem sabe, este pobre homem tenha fome - pensou - tenho que partilhar o Pão de Cristo.

- Ouça - exclamou Vítor- gostaria de entrar e comer uma boa comida meu senhor?

O velho se voltou e encarou-o sem acreditar.

- Você fala serio amigo? O homem não acreditava em tamanha sorte, até se sentar em uma mesa coberta, com uma toalha e com um belo prato de comida quente em sua frente.

Durante a ceia, Vítor notou que o homem envolvia um pedaço de pão em sua sacola de papel.

- Está guardando um pouco para amanhã? Perguntou.

- Não, não. É que tem um menininho que conheço onde costumo frequentar, que tem passado mal ultimamente e estava chorando quando o deixei. Estava com muita fome. Vou levar-lhe este pão.

- O Pão de Cristo! "Recordou novamente as palavras da mulher e teve a estranha sensação de que havia um terceiro convidado sentado naquela mesa."

Os dois homens levaram o pão ao menino faminto que começou a engoli-lo com alegria.

De repente, se deteve e chamou um cachorrinho, um cachorrinho pequeno e assustado.

- Tome cachorrinho, te dou a metade - disse o menino. O Pão de Cristo alcançará também você.

O pequeno tinha mudado de semblante. Pôs-se de pé e começou a vender o jornal com alegria.

- Até logo! disse Vitor ao velho. E completou, em algum lugar haverá um emprego para você. Não se desespere! E continuou a dizer...

- Sabe? - "com a voz sussurrante" - Isto que comemos é o Pão de Cristo. Uma senhora me disse quando me deu algumas moedas para comprá-lo. O futuro nos presenteará com algo muito bom!

Ao se afastar, Victor reparou no cachorrinho que lhe farejava a perna.
Se agachou para acariciá-lo e descobriu que tinha uma coleira onde estava gravado o nome e endereço de seu dono.

Vítor caminhou um bom pedaço até a casa do dono do cachorro e bateu na porta.

Ao sair e ver que havia sido encontrado seu cachorro, o homem ficou contentíssimo e logo sua expressão se tornou séria. Estava por repreender Vitor, pois pensou que certamente ele lhe havia roubado o cachorro, mas não o fez,  pois Victor mostrava no rosto um ar de dignidade que o deteve.

Disse então:

- No jornal de ontem, ofereci uma recompensa pelo resgate. Tome!!

Victor olhou o dinheiro meio espantado e disse:

- Não posso aceitar. Somente queria fazer um bem ao cachorrinho.

- Pegue-o! Para mim, o que você fez vale muito mais que isto! Você precisa de um emprego? Venha ao meu escritório amanhã. Faz-me muita falta uma pessoa íntegra como você.

Ao voltar pela avenida, escutou novamente aquele velho hino que recordava sua infância, voltou a soar em sua alma e ele sabia que dizia em sua mente: 'PARTE O PÃO DA VIDA'.

autor desconhecido

Podemos compreender nesta história que devemos repartir o que temos e jamais cansar de doar ao próximo, mas doar com o coração e repartir o que temos e não o pouco que nos sobra.

Que o senhor Deus, coloque em nosso caminho as oportunidades que necessitamos para nossa evolução interior e que o Pão de Cristo, seja o alimento para a nossa alma perante nossos irmãos.
Flávio Campos 


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