quinta-feira, 19 de junho de 2014

O MONGE E O ESCORPIÃO



Um Monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião o picou. Devido a dor, o monge deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e receberam perplexos e penalizados.

- Mestre, o senhor deve estar muito doente! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!

O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu: 
- Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.



Parábola recebida por e-mail












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terça-feira, 15 de abril de 2014

FELIZ PÁSCOA


O significado da palavra Páscoa vem do Hebreu “Pessach”, e tem como significado a passagem da escravidão para a liberdade. Atualmente esta é junto com o Natal, a maior festa para todos os cristãos, pois comemoramos a ressurreição de Jesus. E para simbolizar este evento, utilizamos o ovo, que nos mostra que um novo nascimento surgirá.

Porém confesso que nossos valores estão mudando, pois eu mesmo presenciei logo no mês de fevereiro, os supermercados já vendendo ovos de páscoa e vejo na televisão propagandas incentivando as crianças a consumirem o ovo não pelo seu significado, mas pelos brinquedos e surpresas que estes trazem, é nisso que a páscoa está se transformando, comércio e surpresas?

No novo testamento em João 3, Jesus conversa com Nicodemos e diz que temos que aprender a nascer de novo, e “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino do céu”, mas o que isso quer dizer?

Esta passagem mostra que precisamos aprender a nascer de novo através de nossas atitudes e nossos valores, que precisamos reaprender a respeitar os outros, a amar o próximo e com isso, compreender que existe algo maior do que apenas consumir ovos de chocolate. E ver o reino do céu, significa que através do renascimento, viveremos em oportunidades com toda a nossa plenitude.

Ressurreição significa Renovar, e o aprender a nascer de novo é acreditar que existe algo maior a fazer, e este algo é o Amor. Por isso pergunto, o quanto nesta data estamos nos programando para irmos a um asilo e visitar aqueles que muito necessitam de nosso tempo? Ir visitar uma creche e deixar ovos e outros presentes que as crianças estão precisando? Ou visitar um hospital, casas e entidades que fazem muitas vezes o que nós deveríamos fazer, que é cuidar do próximo? Precisamos aprender a doar o que de melhor temos, o nosso tempo, não o tempo para fazermos o que queremos, mas o nosso tempo para o que eles precisam.

Pensem nisso e observem se estamos aprendendo a nascer ou, continuando com os mesmos pensamentos e atitudes de sempre, mas não esqueçam, eu não posso mudar o que já passou, mas posso mudar o hoje e construir um novo amanhã!

Fiquem com Deus e uma excelente Ressurreição a todos.

Flávio Campos
Psicanalista Clínico

Equilibrium

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quinta-feira, 6 de março de 2014

O QUE É O AMOR?



O que eu posso dizer sobre o Amor? Por onde começo?

Se eu for seguir o dicionário, amor significa “o nível ou grau de responsabilidade, utilidade e prazer com que lidamos com as coisas e pessoas que conhecemos”. Mas será que é somente ligado a coisas e pessoas que conhecemos? Para mim o amor é incondicional, ou seja, um amor pleno, completo, absoluto, sem impor condições ou limites para amar a quem quer que seja, quem ama desta forma, não espera nada em troca, simplesmente ama em primeiro lugar.

Muitas pessoas dizem que amam incondicionalmente, mas vivem dizendo “Ingrato”, e o que significa esta palavra? Que fizemos tudo a alguém e este nunca nos reconheceu por aquilo que fizemos, desta forma não estou amando plenamente, mas sim esperando algo em troca, então não foi amor, e sim algo que eu dei, esperando ter algum retorno, isso é pensar egocentricamente.

Quando fazemos algo, devemos fazer de coração, sem esperar retorno algum, simplesmente fazer pelo bem que aquilo irá proporcionar ao outro, desta forma estará amando por completo, e quando não vier o “obrigado”, não tem problema, porque foi feito de coração, com a alma.

Mas infelizmente, vivemos em um mundo onde o “ter” é mais importante do que o “ser” e quem age desta forma é taxado de “bobo, otário, mané” e por isso muitas vezes nos escondemos, porque agir egocentricamente nos faz mal, pode até momentaneamente nos fazer sentir “por cima”, mas é só por um tempo. Portanto, não se esconda, aja com gentileza, “dê a outra face” como disse Jesus, mas não para baterem do outro lado, simplesmente tenha atitude diferente daquela que lhe fizeram e que não lhe agradou, ame e se doe ao amor, compreenda que recebeu o melhor que o outro poderia lhe proporcionar.

Por isso, eu resumo o sentimento Amor na palavra “Compreensão”, pois quando compreendo que está tudo certo em minha vida, que o que recebo hoje é fruto do que eu mesmo plantei e este veio para que eu possa aprender e me tornar uma pessoa melhor, eu me conforto mais. Da mesma forma, fico confortado quando compreendo que o que a outra pessoa me deu, foi o melhor que ela poderia me dar naquele momento, pois eu não sei o que as pessoas passam dentro de suas casas, no seu trabalho, na sua vida social e principalmente, não sei como ela está mentalmente preparada para aquela situação e por isso, não devo julgá-la pelo meu padrão, isto é compreensão, isto é, .......Amor!


Texto por: Flávio Campos
Psicanalista Clínico


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A ARTE DE OLHAR PARA DENTRO



Faz parte da prática clínica estabelecer a Ética no início do processo terapêutico. E já vou logo avisando aos meus pacientes: “Fazer terapia não é gostoso!” O “pós” sim é gostoso, libertador... mas e o “durante”? Não que seja difícil, como muitos procuram afirmar... é “trabalhoso”!

Estamos acostumados a lidar com aquilo que é bom, confortável, que nos traz segurança e reconhecimento. Fomos educados para lidar com o agradável. Sentimos algo bom dentro de nós quando somos elogiados por algo que fazemos. Tirou dez na prova? “Parabéns, Filhinha!” Fez parte do time que venceu o campeonato? “Esse é o meu Garoto!!!” Comportou-se direitinho na casa da titia? “Que educados são seus filhos!”

Quando criança, recebemos muitos ganhos primários através do comportamento do adulto, que nos suprem de atenção e reconhecimento. Esses ganhos fazem-nos sentir amados, valorizados e aceitos em determinado local ou grupo. O início do olhar para dentro de si começa por aqui: quantos de nós, acostumados na infância a receber esses ganhos, nos tornamos adultos propiciatórios e egocêntricos? Indivíduos que fazem de tudo para agradar ao outro, para receber em troca a segurança de ser aceito e valorizado? E quando essas atitudes não geram aquilo que você está acostumado a ganhar?

Ficamos perdidos quando desmorona o nosso Castelo de Ilusões. Alguém te ensinou a lidar com a frustração? Com aquilo que é desagradável? Provavelmente não... Ninguém nos ensina isso, por isso sofremos tanto com aquilo de que não gostamos. Sofremos muitas frustrações desde a vida infantil e vamos guardando todos os conflitos não resolvidos como “lixos” dentro de nós. Muitas vezes, nos tornamos adultos intolerantes com os nossos próprios erros e, por conseqüência, muito exigentes conosco mesmo e com os outros. Idealizamos uma vida maravilhosa e perfeita em nossos sonhos e fantasias, mas caímos por terra quando a realidade bate dura em nossa porta.

Quando olhamos para dentro, aprendemos a nos fortalecer através do uso da razão e da compreensão. Aprendemos a focar no presente, sem nos deslocarmos para o que ficou no passado, e sem criar idealizações, pensando somente no futuro. Aprendemos a reconhecer os nossos desejos e a lidar com as nossas defesas. Lidar com o desagradável também é um aprendizado, por isso, precisamos praticar todos os dias! Você costuma apontar no outro os defeitos que enxerga? Acha que os outros são os responsáveis pelos problemas dos quais vive hoje? Costumamos jogar para o outro a responsabilidade daquilo que acontece conosco através do julgamento. Esquecemos que somos nós os responsáveis por tudo o que acontece em nossas vidas.

É necessário reconhecer as nossas imperfeições. Ao olhar para dentro, podemos assumir novamente o comando de nossas vidas. Quando compreendo as minhas escolhas e assumo a responsabilidade das conseqüências, passo a ser protagonista da minha própria história, ao invés de me acomodar na posição de “vítima do mundo”, como muitos optam fazer. Quando olho para dentro e continuo firme no árduo trabalho de conhecer a mim mesmo, faço também a opção de me manter em movimento. Somos seres passando por um processo evolutivo, portanto, é necessário força e persistência para continuar caminhando! Os tropeços fazem parte do caminho de quem está se mexendo, e a vitória de cruzar a linha de chegada também!


Temos dentro de nós todos os recursos necessários para lidar com as escolhas que fazemos. A partir do processo terapêutico, quando o paciente permite encontrar a sua essência, criamos juntos ferramentas e descobrimos recursos para que possa reconstruir a sua vida com pedras autênticas. Só assim, podemos finalmente encontrar a Felicidade Real! A felicidade que cada um potencializa e que vem de dentro, e não aquela que vem de fora e nos supre momentaneamente... Nós, terapeutas, somos o instrumento que mostra os recursos que auxiliam o paciente nesta busca apaixonante, neste olhar para dentro de si. E neste passo, o paciente se torna um só: é o artista que lapida e a própria obra de arte.

 texto por: Andressa Tiemi Saito
Psicanalista Clínica


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A MALETA DE DEUS



Um homem morreu. E ao se dar conta disso, percebeu que Deus se aproximava e tinha com ele uma maleta. Então Deus disse:
- Filho, hora de irmos.
O homem assombrado perguntou: - Mas já? Tão rápido? Eu tinha muitos planos...
- Sinto muito, mas é o momento de sua partida.
- O que tem na maleta? Perguntou o homem. E Deus respondeu:
- Os seus pertences.
- Meus pertences? Minhas coisas, minha roupa, meu dinheiro?
Deus respondeu: - Esses nunca foram seus, eram da terra.
- Então são as minhas recordações?
- Elas nunca foram suas, elas eram do tempo.
- Então são os meus talentos?
- Esses não pertenciam a você, eram das circunstâncias.
- Então são meus amigos, meus familiares?
- Sinto muito, eles nunca pertenceram a você, eles eram do caminho.
- Minha mulher e meus filhos então, diga por favor que são eles!!!
- Eles nunca lhe pertenceram, eram de seu coração.
E o homem já sem compreender o que estava realmente acontecendo e desesperado continuou:
- É o meu corpo?
- Este nunca foi seu, ele era do pó.
- Então é a minha alma? Insistindo o homem em desespero, e Deus responde:
- Não! Essa é minha.
Neste momento o homem já tomado pelo medo, tomou a maleta da mão de Deus e abriu, mas para a sua surpresa, esta estava vazia...
Com uma lágrima de desamparo brotando em seus olhos, o homem disse:
- Nunca tive nada?
- É assim que acontece, responde Deus, cada momento que você viveu, foram seus momentos. Por isso, enquanto estiver no tempo, desfrute-o em sua totalidade e que nada do que você acredita que lhe pertence o detenha... Viva o agora! Viva sua vida! E não se esqueça de SER FELIZ, este é único e o que realmente vale a pena! As coisas materiais e todo o resto pelo que você luta, fica aqui. VOCÊ NÃO LEVA NADA! Valorize cada minuto, cada momento e simplesmente, AME!!!

autor desconhecido
adaptado por: Flávio Campos



sábado, 18 de janeiro de 2014

E VOCÊ, TERIA SIDO SALVO?



Juan trabalhava numa fábrica de distribuição de carne. Um dia, quando terminou o seu horário de trabalho, foi a um dos frigoríficos para inspecionar algo, mas num momento infeliz, a porta fechou-se e ele ficou trancado lá dentro. Ainda que tenha gritado e batido na porta com todas as suas forças, jamais poderiam ouvi-lo. A maioria dos trabalhadores já tinha ido embora, e no exterior da arca frigorífica era impossível ouvir o que estava acontecendo lá dentro. Cinco horas mais tarde, quando Juan já se encontrava à beira da morte, alguém abriu a porta. Era o segurança da fábrica, que salvou a vida de Juan. Juan perguntou ao segurança como foi possível ele passar e abrir a porta, se isso não fazia parte da sua rotina de trabalho, e ele explicou: 

Eu trabalho nesta fábrica há 35 anos, centenas de trabalhadores entram e saem a cada dia, mas você é um dos poucos que me cumprimenta pela manhã e se despede de mim à noite. Muitos me tratam como se eu fosse invisível. Hoje, como todos os dias, você me disse seu simples ‘olá’ na entrada, mas hoje curiosamente, não tinha ouvido o seu ‘até amanhã’. Espero o seu ‘olá’ e ‘até amanhã’ todos os dias. Para você eu sou alguém. Ao não ouvir a sua despedida, eu sabia que algo tinha acontecido… Procurei e encontrei!”

Podemos não perceber, mas o impacto que causamos nas pessoas com o qual nos relacionamos todos os dias é muito grande, portanto, como estamos tratando nosso semelhante? E se fossemos nós neste frigorífico, seríamos salvos?

 História de origem desconhecida